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DEVO TOMAR UM MULTIVITAMÍNICO?
Devo tomar um multivitamínico? Trata-se de uma questão frequentemente colocada. É importante, antes de mais, recordar que um multivitamínico não substitui uma alimentação saudável, variada e equilibrada. Contudo, podem existir motivos válidos para a sua toma, especialmente em situações em que a alimentação habitual se revele nutricionalmente insuficiente. Na realidade, uma parte significativa da população não atinge as ingestões diárias recomendadas de várias vitaminas e minerais essenciais ao bem-estar e funcionamento do organismo1.
Relativamente à inadequação na ingestão de micronutrientes, sabia que…
- Em Portugal, o cálcio e a Vitamina B9 (ácido fólico) destacam-se como os micronutrientes com maior proporção da população abaixo das necessidades médias?
- As vitaminas A, B6, C e riboflavina apresentam níveis de inadequação entre 14% e 40%, sendo a prevalência superior para a vitamina C (em ambos os sexos), e para a riboflavina nas mulheres.
- Quanto ao ferro, a inadequação é superior nas mulheres, atingindo os 16,5%2.
Os multivitamínicos contêm uma variedade de nutrientes que podem contribuir para o suporte de diversas funções fisiológicas, tais como:
- Energia
A produção de energia pelas células ocorre através de vias metabólicas complexas, nas quais os hidratos de carbono, lípidos e proteínas são degradados para gerar ATP (moléculas de energia). Os multivitamínicos apresentam um conjunto de micronutrientes que podem apoiar a eficiência deste processo.
As vitaminas do complexo B e o magnésio assumem um papel particularmente relevante, atuando como cofactores em múltiplas reações enzimáticas associadas ao metabolismo energético - contribuindo assim para a redução da sensação de fadiga e cansaço. - Performance mental
Todos nós desejamos alcançar o melhor desempenho, tanto a nível físico como mental. O cérebro consome cerca de 20% da energia total do corpo, sendo grande parte dessa energia utilizada na transmissão de sinais entre neurónios, enquanto o restante é necessário para manter o tecido cerebral funcional e saudável6.
Vitaminas como o ácido pantoténico (B5) participam na síntese de neurotransmissores, e minerais como o iodo e o magnésio apoiam um melhor funcionamento cognitivo. - Visão
A exposição prolongada a ecrãs tem vindo a aumentar, podendo exercer efeitos prejudiciais sobre a nossa visão. A vitamina A, a riboflavina (vitamina B2) e o zinco são micronutrientes fundamentais para o bom funcionamento e a proteção dos tecidos oculares. - Sistema imunitário
Uma alimentação nutricionalmente adequada, com elevado teor em micronutrientes, é fundamental para um sistema imunitário saudável. Alimentos como hortícolas, frutas, frutos oleaginosos, cereais integrais e leguminosas, aliados ao consumo moderado de carne, ovos, lacticínios e pescado, constituem fontes relevantes de vitamina C, vitamina D e zinco - micronutrientes essenciais na regulação da resposta imunitária7.
No entanto, em contextos de ingestão alimentar insuficiente ou desequilibrada, a suplementação com um multivitamínico poderá constituir uma medida complementar para assegurar um aporte adequado às exigências do sistema imunitário. - Pelo, cabelo e unhas
A pele, o cabelo e unhas encontram-se continuamente em regeneração, sendo a sua saúde diretamente influenciada pelo estado nutricional de cada individuo8-11. O cabelo apresenta uma taxa média de crescimento de aproximadamente um centímetro por mês durante um ciclo de até seis anos antes da sua queda, pelo que um aporte nutricional adequado é fundamental para a manutenção da saúde capilar.
O cobre assume um papel crucial, contribuindo para a pigmentação normal do cabelo. Adicionalmente, a vitamina C e o zinco são essenciais devido às suas propriedades antioxidantes e ao seu papel na síntese de colagénio12.
Referências bibliográficas:
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